sábado, 13 de março de 2021

6º anos A, B, C, D e E - História - Professoras: Lucilene e Lucinéia - Plano 2

ESCOLA ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI

PLANO DE AULA 2

 

Professor: Lucilene Aparecida De Paula e Lucinéia de Fátima Guerra Souza

Disciplina: História

Anos (séries): 6º anos A, B, C, D e E

Período/(Semana): Turma A de 15 a 19/02; turma B 15 a 19/02 e Turma C 22 a 26/02

 

Procedimentos para realização da atividade:

Ensino Remoto    

ü Acesse a aula no link https://repositorio.educacao.sp.gov.br/#!/midia?videoPlay=7334&id=325

ü Leia os textos dos anexos 1 e 2

ü Faça análise das imagens do anexo 3, levando em conta os seguintes aspectos:

1.   O que é?

2.   De onde?

3.   Qual a época?

4.   Sua utilidade para humanidade?

5.   Tem relação com o estudo da História? Qual?

ü Fazer as atividades propostas e enviar para o e-mail das professoras:

 

6º anos A, B e C lucileneapa@prof.educacacao.sp.gov.br

6º anos D e E lucineiaguerra@prof.educacao.sp.gov.br

 

Atividades:

1.   Após as discussões e apresentação dos argumentos sobre a importância do estudo da História, elabore um parágrafo explicando sobre as contribuições que a História pode trazer para você.

 

2.   Como a conservação da memória, através dos griôs, contribuem para os saberes de uma comunidade?

 

3.   Complete o quadro, após analisar as imagens.

IMAGEM

NOME

O QUE É?

ÉPOCA/LUGAR

UTILIDADE

1

 

 

 

 

2

 

 

 

 

3

 

 

 

 

4

 

 

 

 

5

 

 

 

 

6

 

 

 

 

7

 

 

 

 

 

Anexos:

  

Para a literatura africana o dono das histórias, o primeiro griô, teria sido Kwaku Ananse, o Homem Aranha. Pois, ele foi o único que conseguiu trazer para a Terra as histórias. Ananse o responsável pela divulgação de contos populares e mitos africanos por toda a África, Europa, Ásia e Américas. Para conhecer um pouco desse universo, trago o mito que explica o surgimento das histórias no mundo.

A História das Histórias

“Há muito tempo atrás, as pessoas não tinham nenhuma história. À noite, as crianças sentavam-se em torno das fogueiras, chegavam para os velhos e pediam: – Conta-nos uma história!

Mas eles não podiam contar.

– As histórias – diziam – pertencem todas a Nyame, o Deus do Céu, e ele as guarda no seu baú de ouro, ao lado do seu trono dourado.

Um dia, Ananse, o tecelão da aldeia, decidiu que iria subir até o céu para negociar as histórias. Então, ele levantou cedo e teceu uma teia imensa de prata, que se estendia até o céu, e por ela subiu.

Ao chegar ao céu, Ananse falou a Nyame, que desejava comprar suas histórias. Ao ouvir aquilo Nyame riu muito de Ananse, falando em seguida:

 – O preço das minhas histórias, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia, a fada que nenhum homem viu.

Nyame imaginava, que desta forma, faria Ananse desistir da ideia, mas Ananse apenas respondeu:

 -Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, a sexta filha de minha avó.

Outra vez o Deus do Céu riu muito e respondeu:

-Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, pagar meu preço?

Desta vez, Ananse não respondeu, virou-se e desceu pela sua teia de prata que ia do chão até o céu. Foi pegar as coisas que Nyame exigia. Correndo por toda selva, finalmente encontrou Osebo, o leopardo de dentes terríveis. Que falou assim quando percebeu sua chegada:

-Ah, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço.

-O que tiver de ser será. – disse Ananse, que continuando ainda disse:

– Mas primeiro vamos brincar de jogo de amarrar?

Osebo que adorava jogos e brincadeiras, logo se interessou.

– Mas como se joga este jogo?

– Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha aquele que amarrar e desamarrar mais depressa. – disse Ananse, respondendo a pergunta do leopardo.

– Muito bem, rosnou o leopardo já planejando devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.

Ananse, então, rapidamente amarrou Osebo pelo pé, e quando o leopardo estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo:

– Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame.

Ananse cortou uma folha de bananeira, enchendo uma cabaça com água e atravessou o mato até a casa de Mmboro. Ao chegar, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramando um pouco da água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo:

– Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas?

 – Muito obrigado! Zumbiram os marimbondos entrando dentro da cabaça do Homem Aranha, que a tapou rapidamente. Após prender Mmboro na cabaça, ele a pendurou na mesma árvore que prendera Osebo, bem ao lado do leopardo dizendo:

– Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame.

Depois, foi esculpir uma boneca de madeira, cobrindo-a de cola, da cabeça aos pés, foi e a colocou aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrando um cipó em sua cabeça, e foi se esconder em um arbusto próximo, onde esperando, segurava a outra extremidade do cipó. Passados alguns minutos chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu, o último item pedido por Nyame. Ela veio dançando de uma forma que só as fadas africanas sabem dançar, indo até os pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame e disse:

 – Bebê de borracha. Estou com muita fome, poderia me dar um pouco do seu inhame?

Ananse puxou o cipó de forma que parecesse que a boneca sinalizava um sim com a cabeça, com o sinal de aprovação, Moatia comeu todo inhame, agradecendo após o banquete.

– Bebê de borracha, muito obrigada.

Mas a boneca não respondeu. A ausência de resposta deixou Moatia brava, que em tom de ameaça falou:

 – Bebê de borracha, se você não me responder, eu, eu vou te bater.

E como a boneca continuo parada, já que Ananse não puxara o cipó, Moatia deu-lhe um tapa na boneca, ficando com a sua mão presa na bochecha cheia de cola. O que só serviu para aumentar a irritação da fada, que novamente ameaçou;

– Bebê de borracha, se você continuar a não me responder, eu vou lhe dar outro tapa.

Como Ananse continuava sem mexer o cipó, a boneca continuo parada. Moatia deu-lhe um outro tapa, ficando agora com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou se livrar com os pés, que também ficaram presos. Ananse então saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde se encontravam presos Osebo e Mmboro e disse:

 -Moatia, você está pronta para encontrar Nyame.

Após deixar Osebo, Mmboro e Moatia, Ananse foi até a casa de Ianysia, sua mãe, sexta filha de sua avó. Ao chegar, olhou para sua mãe e disse:

 – Ianysiá, venha comigo, irei te dar a Nyame em troca de suas histórias.

Ananse começou a tecer uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e de Moatia, depois uma outra teia, que ia do chão até o céu, quando terminou, subiu por ela carregando seus tesouros. Caminhou até os pés do trono de Nyame e o saudou:

– Nyame! Aqui está o preço que você pediu por suas histórias, Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia, a fada que nenhum homem viu. E como prometido, ainda lhe trouxe Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.

Nyame ficou maravilhado, quase não acreditando no que via. Chamou todos de sua corte dizendo:

– O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas passam a pertencer a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!

Ananse, ficou maravilhado, desceu por sua teia de prata carregando o baú das histórias de Nyame, histórias que ele conquistara e passavam a ser suas. Chegando em sua aldeia, o Homem Aranha abriu o seu baú, e desta forma as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundo.

 

No Brasil coube ao Mestre Didi – Deoscóredes Maximiliano dos Santos, a condição de porta-voz autorizado da tradição negra na Bahia. Reconhecido internacionalmente pela estética afro-brasileira, o artista plástico e escritor divulgou em seus contos populares, lendas e mitos africanos, publicados em versão bilíngue, português-yorubá, o sobrenatural em harmonia com o cotidiano.

Em seus contos Mestre Didi escrevia como falava, pois para ele as suas narrativas deviam ser entendidas de forma simples, já que nas narrativas a linguagem se mantem móvel, sempre aberta a uma nova narração individual e oral.

Não só na Bahia, mas em vários estados nacionais estão se estruturando políticas afirmativas para a inserção de griôs em diferentes espaços educativos. No Rio Grande do Sul, a nível estadual, há a Lei Griô, que a exemplo da lei nacional em tramitação, objetiva a valorização e o reconhecimento da tradição oral, buscando entre outras medidas a preservação desses mestres da tradição oral e sua inserção nas escolas. A proposta de inserção de griôs na escola tem como meta o rompimento com a lógica positivista em que a educação é separada da cultura. Além dessa empreitada tem-se também outra, que é a formação de futuros griôs.

A cultura na perspectiva griô não é dicotômica. Não se explica o mundo fragmentando-o; ao contrário, aborda-o por todos os ângulos possíveis, explica-o por parábolas, por analogias, por relações simbólicas e por experimentação. Daí a riqueza de se ouvir mitos, lentas e contos, uma vez que o elemento verbal da história, escrito, desprovido de som, de respiração, despojado da relação interpessoal, é apenas sua imagem mumificada.

 



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