ESCOLA
ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI
PLANO DE AULA 2
Professor: Lucilene
Aparecida De Paula e Lucinéia de Fátima Guerra Souza
Disciplina: História
Anos (séries): 6º anos A, B, C, D e E
Período/(Semana): Turma A de 15 a 19/02; turma B 15 a 19/02 e Turma C 22 a
26/02
Procedimentos
para realização da atividade:
Ensino Remoto
ü
Acesse
a aula no link https://repositorio.educacao.sp.gov.br/#!/midia?videoPlay=7334&id=325
ü
Leia
os textos dos anexos 1 e 2
ü
Faça
análise das imagens do anexo 3, levando em conta os seguintes aspectos:
1.
O
que é?
2.
De
onde?
3.
Qual
a época?
4.
Sua
utilidade para humanidade?
5.
Tem
relação com o estudo da História? Qual?
ü Fazer as atividades propostas e enviar para o e-mail das
professoras:
6º anos A, B e C lucileneapa@prof.educacacao.sp.gov.br
6º anos D e E lucineiaguerra@prof.educacao.sp.gov.br
Atividades:
1.
Após as discussões e apresentação dos argumentos sobre a
importância do estudo da História, elabore um parágrafo explicando sobre as
contribuições que a História pode trazer para você.
2.
Como a conservação da memória, através dos griôs, contribuem para
os saberes de uma comunidade?
3.
Complete o quadro, após analisar as imagens.
IMAGEM |
NOME |
O QUE É? |
ÉPOCA/LUGAR |
UTILIDADE |
1 |
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2 |
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3 |
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4 |
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5 |
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6 |
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7 |
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Anexos:
Para a literatura africana o dono das histórias, o primeiro
griô, teria sido Kwaku Ananse, o Homem
Aranha. Pois, ele foi o único que conseguiu trazer para a Terra as
histórias. Ananse o responsável pela divulgação de contos populares e mitos
africanos por toda a África, Europa, Ásia e Américas. Para conhecer um pouco
desse universo, trago o mito que explica o surgimento das histórias no mundo.
A
História das Histórias
“Há
muito tempo atrás, as pessoas não tinham nenhuma história. À noite, as crianças
sentavam-se em torno das fogueiras, chegavam para os velhos e pediam: –
Conta-nos uma história!
Mas
eles não podiam contar.
– As
histórias – diziam – pertencem todas a Nyame, o Deus do Céu, e ele as guarda no
seu baú de ouro, ao lado do seu trono dourado.
Um dia,
Ananse, o tecelão da aldeia, decidiu que iria subir até o céu para negociar as
histórias. Então, ele levantou cedo e teceu uma teia imensa de prata, que se
estendia até o céu, e por ela subiu.
Ao
chegar ao céu, Ananse falou a Nyame, que desejava comprar suas histórias. Ao
ouvir aquilo Nyame riu muito de Ananse, falando em seguida:
–
O preço das minhas histórias, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes
terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia, a fada que
nenhum homem viu.
Nyame
imaginava, que desta forma, faria Ananse desistir da ideia, mas Ananse apenas
respondeu:
-Pagarei
seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, a sexta filha
de minha avó.
Outra
vez o Deus do Céu riu muito e respondeu:
-Ora
Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, pagar meu preço?
Desta
vez, Ananse não respondeu, virou-se e desceu pela sua teia de prata que ia do
chão até o céu. Foi pegar as coisas que Nyame exigia. Correndo por toda selva,
finalmente encontrou Osebo, o leopardo de dentes terríveis. Que falou assim
quando percebeu sua chegada:
-Ah,
Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço.
-O que
tiver de ser será. – disse Ananse, que continuando ainda disse:
– Mas
primeiro vamos brincar de jogo de amarrar?
Osebo
que adorava jogos e brincadeiras, logo se interessou.
– Mas
como se joga este jogo?
– Com
cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de
me amarrar. Ganha aquele que amarrar e desamarrar mais depressa. – disse Ananse,
respondendo a pergunta do leopardo.
– Muito
bem, rosnou o leopardo já planejando devorar o Homem Aranha assim que o
amarrasse.
Ananse,
então, rapidamente amarrou Osebo pelo pé, e quando o leopardo estava bem preso,
pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo:
– Agora
Osebo, você está pronto para encontrar Nyame.
Ananse
cortou uma folha de bananeira, enchendo uma cabaça com água e atravessou o mato
até a casa de Mmboro. Ao chegar, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça,
derramando um pouco da água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo:
– Está
chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça
para que a chuva não estrague suas asas?
–
Muito obrigado! Zumbiram os marimbondos entrando dentro da cabaça do Homem Aranha,
que a tapou rapidamente. Após prender Mmboro na cabaça, ele a pendurou na mesma
árvore que prendera Osebo, bem ao lado do leopardo dizendo:
– Agora
Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame.
Depois,
foi esculpir uma boneca de madeira, cobrindo-a de cola, da cabeça aos pés, foi
e a colocou aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua
frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrando um cipó em sua cabeça, e
foi se esconder em um arbusto próximo, onde esperando, segurava a outra
extremidade do cipó. Passados alguns minutos chegou Moatia, a fada que nenhum
homem viu, o último item pedido por Nyame. Ela veio dançando de uma forma que
só as fadas africanas sabem dançar, indo até os pés do flamboyant. Lá, ela
avistou a boneca e a tigela de inhame e disse:
–
Bebê de borracha. Estou com muita fome, poderia me dar um pouco do seu inhame?
Ananse
puxou o cipó de forma que parecesse que a boneca sinalizava um sim com a
cabeça, com o sinal de aprovação, Moatia comeu todo inhame, agradecendo após o
banquete.
– Bebê
de borracha, muito obrigada.
Mas a
boneca não respondeu. A ausência de resposta deixou Moatia brava, que em tom de
ameaça falou:
–
Bebê de borracha, se você não me responder, eu, eu vou te bater.
E como
a boneca continuo parada, já que Ananse não puxara o cipó, Moatia deu-lhe um
tapa na boneca, ficando com a sua mão presa na bochecha cheia de cola. O que só
serviu para aumentar a irritação da fada, que novamente ameaçou;
– Bebê
de borracha, se você continuar a não me responder, eu vou lhe dar outro tapa.
Como
Ananse continuava sem mexer o cipó, a boneca continuo parada. Moatia deu-lhe um
outro tapa, ficando agora com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada
tentou se livrar com os pés, que também ficaram presos. Ananse então saiu de
trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde se encontravam presos Osebo
e Mmboro e disse:
-Moatia,
você está pronta para encontrar Nyame.
Após
deixar Osebo, Mmboro e Moatia, Ananse foi até a casa de Ianysia, sua mãe, sexta
filha de sua avó. Ao chegar, olhou para sua mãe e disse:
–
Ianysiá, venha comigo, irei te dar a Nyame em troca de suas histórias.
Ananse
começou a tecer uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos
e de Moatia, depois uma outra teia, que ia do chão até o céu, quando terminou,
subiu por ela carregando seus tesouros. Caminhou até os pés do trono de Nyame e
o saudou:
–
Nyame! Aqui está o preço que você pediu por suas histórias, Osebo, o leopardo
de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia, a
fada que nenhum homem viu. E como prometido, ainda lhe trouxe Ianysiá, minha
velha mãe, sexta filha de minha avó.
Nyame
ficou maravilhado, quase não acreditando no que via. Chamou todos de sua corte
dizendo:
– O
pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em
diante, e para sempre, elas passam a pertencer a Ananse e serão chamadas de
histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!
Ananse,
ficou maravilhado, desceu por sua teia de prata carregando o baú das histórias
de Nyame, histórias que ele conquistara e passavam a ser suas. Chegando em sua
aldeia, o Homem Aranha abriu o seu baú, e desta forma as histórias se
espalharam pelos quatro cantos do mundo.
No
Brasil coube ao Mestre Didi – Deoscóredes Maximiliano dos Santos, a condição de
porta-voz autorizado da tradição negra na Bahia. Reconhecido internacionalmente
pela estética afro-brasileira, o artista plástico e escritor divulgou em seus
contos populares, lendas e mitos africanos, publicados em versão bilíngue,
português-yorubá, o sobrenatural em harmonia com o cotidiano.
Em seus
contos Mestre Didi escrevia como falava, pois para ele as suas narrativas
deviam ser entendidas de forma simples, já que nas narrativas a linguagem se
mantem móvel, sempre aberta a uma nova narração individual e oral.
Não só
na Bahia, mas em vários estados nacionais estão se estruturando políticas
afirmativas para a inserção de griôs em
diferentes espaços educativos. No Rio Grande do Sul, a nível estadual, há a Lei
Griô, que a exemplo da lei nacional em tramitação, objetiva a valorização e o
reconhecimento da tradição oral, buscando entre outras medidas a preservação
desses mestres da tradição oral e sua inserção nas escolas. A proposta de
inserção de griôs na
escola tem como meta o rompimento com a lógica positivista em que a educação é
separada da cultura. Além dessa empreitada tem-se também outra, que é a
formação de futuros griôs.
A
cultura na perspectiva griô não
é dicotômica. Não se explica o mundo fragmentando-o; ao contrário, aborda-o por
todos os ângulos possíveis, explica-o por parábolas, por analogias, por
relações simbólicas e por experimentação. Daí a riqueza de se ouvir mitos,
lentas e contos, uma vez que o elemento verbal da história, escrito, desprovido
de som, de respiração, despojado da relação interpessoal, é apenas sua imagem
mumificada.
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